Quarto Escuro

Sou revestido por fragmentos de fragilidade reunidos num corpo completamente desconstruído e inseguro, perante um mundo inimigo de íntimos vazios. Tenho medos e pavores escondidos na profundidade da alma, que apenas liberto na escuridão da noite sombria, como os segredos que contenho nas cordas vocais. Disfarço não possuir um coração resignado, que sente cada batimento e luta de forma firme contra as correntes de afeição e sentimento que o percorrem com a assiduidade de cada duvidoso segundo. Visto-me de audácia que não possuo e recolho no meu interior os vocábulos que sempre sonhei ser capaz de pronunciar mas que jamais conseguiria. A minha alma, abunda em dúvidas que me consomem o coração e escondo-me no silêncio, finjo ter um pouco de amor neste tronco que chamo meu, ajuda-me a encarar com um sorriso na face, despedaçado pelas desconfianças, o gigantesco risco a que estou a exibir, esta parte do coração que ainda trago comigo.

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