Primeira Carta. *



  Olá amor, estás recordado de quem sou? Eu voltei, voltei para ficar. Ainda há pouco nos vimos. Tu lembraste, quando falamos pela primeira vez? Eu sim... Algo despertava-me nesse teu sorriso, exitei algumas vezes mas ganhei coragem para tal. Durante este ano que temos falado, fui fingindo que era outra pessoa e errando diversas vezes contigo. Devo ter sido a pessoa com quem te chateaste mais vezes até. Mas foste tu, que corrigiste-me sempre que fazia algo errado, e mesmo não tendo paciência nenhuma para mim ouvias os meus problemas. Meia-Noite de Domingo, estava a cair orvalho no meu cabelo e estava em pulgas por te ver, estava nervoso, ansiado, mas acima de tudo feliz. As minhas amigas viam o chapado brilhar nos meus olhos, o meu sorriso, a minha alegria toda por te ver naquela noite. Não sabia o que se passava, dei 3 gritos e tentei acalmar-me. Uma da manhã e eu ainda não me tinha acalmado, pior, era aquela hora a que tu chegavas.E de repente entraste, vejo-te ali. Eu não parei de dançar, mas a vergonha estava lá. No início começamo-nos a aproximar, o teu grupo cada vez mais perto do meu, e a meterem-se comigo. Eu estava assustado, e depois as raparigas do meu grupo começaram a gritar o meu nome, para ver se dizias alguma coisa. Mas não dizias nada. E eu ali, a morrer de vergonha disfarçado por detrás das pessoas. Passei por ti algumas vezes e numa das vezes estavas a fumar, eu reparei que tinhas mandado fumo para mim. Mas as pessoas que estavam atrás de mim, só me diziam «ele atirou-te fumo mesmo para a cara» e foi aí que sentei-me porque não aguentava mais. Pensei logo «mandou-me á merda», porquê que isto me aconteceu? E fiquei com aquele pensamento durante a noite toda. Enfim, sou um desgraçado. Mandei mensagem á minha mãe e pedi-lhe para me vir buscar assim que pudesse. Aguentei mais 20 minutos á frente dos meus amigos com um sorriso que ninguém iria derrubar, com uma felicidade que até ir para cima do balcão dançar eu fui... A minha mãe acaba de chegar, e eu não me tinha despedido de ti e durante o caminho fui calado, o que não era hábito. A minha mãe estranhou e perguntou-me o que se passava, e naquele momento só me apetecia voltar para trás e dizer-te que gosto de ti. Cheguei a casa, e comecei a escrever esta carta, olhando para as tuas fotografias e relembrando tudo o que aconteceu. Estou triste, por não ter coragem de te dizer a verdade, e de ter medo como irás reagir


Domingo, 10-06-2012 pelas 05:49 da manhã . 

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