Quarto Escuro 1

Estava escuro e tu tinhas acabado de dizer que tudo tinha acabado. Eu até queria que entendesses o meu modo de te amar, que me compreendesses. Eu não sou nenhum rapaz perfeito, portanto vê se me percebes que eu tenho imensas formas de expressar os meus sentimentos. Eu queria que entendesses que as minhas brigas por ciúmes são a forma mais lógica de te dizer “ eu amo-te e quero que entendas que és só meu. “. E eu gostaria que acreditasses nisso, que eu amo-te de todas as maneiras possíveis, inexplicáveis. Tu sabes que eu tenho imensos ciúmes, descontrolam-se, mas é mais sincero do que todas as maneiras e formas de falar. Mas tu prometeste não te sentires cansado do ser que construí neste ambiente hostil, aquele que sem receios mostrei ser e tu disseste querer sentir. Afinal, guardavas apenas toques vazios e palavras sem sentido que eu, erradamente, acreditei serem sopros do teu coração. Acreditei ter encontrado a diferença que me faria sentir menos sozinho neste cruel mundo que alberga apenas falsas aparências e frágeis personalidades que se desmoronam com um singelo olhar. Acreditei nos contos de fada distorcidos que me narraste, pensando que eras uma alma sincera e capaz de abrir um coração sofrido igual àquele que me descreveste. Falso poeta, declamador de sentimentos que não conheces! És fingidor da dor que nunca chegaste a sentir e usas palavras dolosas, interpretando sentidos conforme os teus desejos te pedem... És cais de falsos afectos e portador de mentiras inenarráveis, esquecidas pelo mais perfeito actor. Apercebo-me, por entre rasgos de dor e desapontamento, que não preciso de ti, e, juro-te que não vou chamar o teu nome quando me faltarem as forças e cair no chão, rendido pela ausência e pela saudade. Não sentirei a tua falta...

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